domingo, 24 de maio de 2009

117 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "



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MÁRIO PEDERNEIRAS
Mário Veloso Paranhos Pederneiras
Nasceu a 02 de novembro de 1868, signo de escorpião,
no Rio de Janeiro, Brasil.
Trabalhou em várias revistas, por exemplo
" Fon-Fon "
Começou a estudar, na "Faculdade de Direito", em
São Paulo, porém não termina. . .
Estilo Simbolismo.
Faleceu a 08 de fevereiro de 1915.
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CANTOePALAVRAS
Agonia, 1900;
Rondas Noturnas, 1901; Histórias do Meu Casal, 1906;
Ao Léu do Sonho e a Mercê da Vida, 1912;
Outono, 1921. . .


 "Meu Jardim", Foto LuisD.


*

Assim. . . Ambos assim, no mesmo passo,
Iremos percorrendo a mesma estrada;
Tu - no meu braço trêmulo amparada,
Eu - amparada no teu lindo braço.
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Ligados neste arrimo, embora escasso,
Venceremos as urzes da jornada. . .
E tu - te sentirás menos cansada
E eu - menos sentirei o meu cansaço.
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E assim, ligados pelos bens supremos,
Que para mim o teu carinho trouxe,
Placidamente pela Vida iremos,
-
Calcando mágoas, afastando espinhos,
Como se a escarpa desta Vida fosse
O mais suave de todos os caminhos.
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MÁRIO PEDERNEIRAS
"Suave Caminho"
Rondas Noturnas

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 "Orquideas", Foto LuisD.

LUIS GUIMARÃES JUNIOR
Luis Caetano Pereira Guimarães Junior
Nasceu em 17 de Fevereiro de 1845, Rio de Janeiro, Brasil.
Poeta, Romancista, Teatrólogo, Diplomata...
Fundador da "Academia Brasileira de Letras".
Faleceu em 20 de Maio de 1898, Lisboa, Portugal.
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CANTOePALAVRAS
Noturnos (poemas), 1872; Filigranas (ficção), 1872;
Lirio Branco (romance), 1862; Corimbos (poemas), 1866;
Sonetos e Rimas (poemas), 1880; Poema dos Mortos; 
Curvas e Ziguezagues;  Valentina (teatro)...
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Como a ave que volta ao ninho antigo,
depois de um longo e tenebroso inverno,
eu quis também rever o lar paterno,
o meu primeiro e virginal abrigo.
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Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
e fantasma talvez do amor materno,
tomou-me as mãos, olhou-me grave e terno,
e passo a passo, caminhou comigo.
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Era esta sala (oh, se me lembro, e quanto!)
em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe... O pranto
-
jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
chorava em cada canto uma saudade!
*
Luis Guimarães Junior
"Visita à Casa Paterna"
EDUARDO COIMBRA
Nasceu em 1864, Porto, Portugal.
Poeta...
Faleceu em 1884, São Roque de Lameira, Portugal.
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CANTOePALAVRAS
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Tudo era em torno à mesa. As taças lapidadas
jaziam pelo chão em rígidos pedaços,
e os olhos sensuais dos cortesões devassos
beijavam a tremer os seios das amadas.
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As matronas gentis de faces descoradas
desenhavam, à luz dos candeeiros baços,
dos peitos seminus os contornados traços,
mexendo-se febris, nas rendas perfumadas.
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Adormecera a turba. Um pajem, entretanto,
ficara silencioso, acabrunhado, a um canto,
quem sabe se a pensar na mãe que ali não tinha.
-
E ao convencer-se, enfim, de que dormia tudo,
atravessando a sala, entristecido e mudo,
pôs um beijo febril nos lábios da rainha.
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Eduardo Coimbra
"Quadro Antigo"

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