sexta-feira, 15 de maio de 2009

131 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

 "Samambaia" Foto LuisD.

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FAGUNDES VARELA
Luís Nicolau Fagundes Varela
Nasceu a 17 de agosto de 1841, signo de leão,
Rio Claro, Estado de Rio de Janeiro, Brasil.
Poeta, filho de juiz de Direito.
Licenciou-se em Direito na "Faculdade de
Direito" em São Paulo. . .
Patrono da "Academia Brasileira de Letras".
Estilo Romantico.
Internet Site www.lusofoniapoetica.com/
Faleceu a 18 fevereiro de 1875, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.
*
CANTOePALAVRAS
Noturnas, 1861; O Estandarte Auriverde, 1863;
Vozes da América, 1864; Cantos e Fantasias, 1865;
Cantos Meridionais, 1869;
Cantos do Ermo e da Cidade, 1869;
Anchieta ou O Evangelho nas Selvas, 1875;
Cantos Religiosos, 1878; Diário de Lázaro, 1880. . .
*
I
Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
-
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá!
-
Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá!
-
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá.
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!
-
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentada
Da flor do maracujá!
-
Por tudo o que o céu revela!
Por tudo o que a terra dá
Eu juro que minh'alma
De tua alma escrava está!. . .
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!
-
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
*
FAGUNDES VARELA
"A Flor do Maracujá"
Poesias Completas
"A Flor do Maracujá e o Beija-Flor"
*
II
Desponta e estrela d'alva, a noite morre,
Pulam no mato alígeros cantores,
E doce a brisa no arraial das flores,
Lânguidas queixas murmurando, corre.
-
Volúvel tribo a solidão percorre
Das borboletas de brilhantes cores;
Soluça o arroio; diz a rola amores
Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.
-
Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma
Às caricias d'aurora, ao céu risonho,
Ao flóreo bafo que o sertão perfuma!
-
Porém minh'alma triste e sem um sonho
Repete olhando o prado, o rio, a espuma:
- Oh! mundo encantador, tu és medonho!
*
FAGUNDES VARELA
" Soneto "
Vozes da América
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