sexta-feira, 15 de maio de 2009

132 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

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EMILIANO PERNETA
Emiliano David Perneta
Nasceu a 03 de janeiro de 1866, signo de capricórnio,
Sítio dos Pinhais, Curitiba, Estado do Paraná, Brasil.
Filho de um português "cristão-novo". Poeta, doutorou-se
na Faculdade de Direito de São Paulo.
Levava uma vida muito agitada no Brasil. . .
Faleceu a 19 de janeiro de 1921.


"Bico de papagaio" Foto LuisD.
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CANTOePALAVRAS

Carta à Condessa D'Eu, 1899; Ilusão, 1911;
Setembro, 1934; O Inimigo(prosa), 1889;
Floriano(prosa), 1902; Alegoria(prosa), 1903;
Pena de Talião(teatro), 1914. . .



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I
Agora nada mais. Tudo silêncio, tudo,
Esses claros jardins com flores de giesta,
Esse parque real, esse palácio em festa,
Dormindo à sombra de um silêncio surdo e mudo. . .
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Nem rosas, nem luar, nem damas. . . Não me iludo.
A mocidade aí vem, que ruge e que protesta,
Invasora brutal. E a nós que mais nos resta,
Senão ceder-lhe a espada e o manto de veludo?
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Sim, que nos resta mais? Já não fulge e não arde
OSol! E no covil negro deste abandono,
Eu sinto o coração tremer como um covarde!
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Para que mais viver, folhas tristes de outono?
Cerra-me os olhos, pois, Senhor. É muito tarde.
São horas de dormir o derradeiro sono.
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EMILIANO PERNETA
"Ao Cair da Tarde"
***
II
Entre o Ódio e o Amor, eu vivo a debater-me
Quando não sangra o Amor, não ruge o Amor, porém,
Quando aos pés me não calca o Ódio, como um verme,
É o Tédio quem vê com os olhos do desdém.
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E oh! das mãos desse fauno cúpido, eu inerme,
Tal que se fosse uma donzela, uma cecém,
Sentindo que me vão ferir, que vão perder-me
Tento escapar. . . Em vão! O monstro me detém. . .
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Tudo, tudo me causa horror. A vida, enfim,
Como um castelo desabou neste momento. . .
Mas, ah! que uma mulher passa a roçar por mim. . .
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E eu esquecido já do mal que ela me fez,
Vendo-A sorrir, assim, mais leve do que o vento
Atras dela saí correndo, inda uma vez!
***
EMILIANO PERNETA
"Esperança"


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SATURNINO DE MEIRELES
Nasceu em 1878, Rio de Janeiro, Brasil
Poeta...
Faleceu em 1906, Rio de Janeiro, Brasil.
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CANTOePALAVRAS
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"Flores" Foto LuisD.

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Como um lírio que nasce e que fenece
por entre as rochas de uma gruta escura,
tu foste assim do berço à sepultura
com um sorriso de anjo que adormece.
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Não se ouviu de teus lábios uma prece
que deixasse do mundo uma censura.
foste mesmo uma rosa de ternura
que entre os espinhos estremece.
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Levaste assim contigo o teu segredo,
como se fosse uma harpa não tocada
ou uma flor nascida num degredo.
-
Foste só uma pálida esperança,
uma saudade nunca desvendada,
um sonho muito vago de criança.
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Saturnino de Meireles
"Vida Obscura"

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