quinta-feira, 14 de maio de 2009

137 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "


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JOSEFINA DE CAMPOS FRAGA
Nasceu em 12 de julho de 1945, signo de cancer.
Bauru, Estado de São Paulo, Brasil.
Poeta, advogada, professora . . .
*
CANTOePALAVRAS
Olhar Antigo; Redemoinhos na Areia;
Ela era como o Vento . . .
*
Luzes . . . cores . . .
Melodias . . . presentes . . .
Famílias reunidas,
O Natal chegou!
De repente,
somos tomados
por uma consciência "natalina",
E em nossos corações,
sinos tocam festivos.
-
Então
me pergunto:
O que restará a essas gerações
que não lêem contos de fada?
Que não conhecem
"o gato de botas", "o patinho feio",
"a fada sininho" . . .
-
Que não acreditam
em Papai Noel . . .
Que não brincam
com soldadinhos de chumbo
e nem sabem
da paixão de um deles
pela bailarina
da caixinha de música?
-
Quando a maturidade chegar,
o que restará
a essas gerações
de crianças tão avançadas,
tão sabidas e sem limites?
-
A essas crianças,
tão libertas, tão abandonadas
tão drogadas?
Sem família, sem sonhos . . .
Filhas da rua,
filhas do vício,
filhas da noite
e que, cobertas de andrajos,
sujas,
mal cheirosas,
qual fantasmas,
povoam nossos medos?
-
Qual será a energia
que acenderá
suas luzes interiores?
Qual será a força
que fará badalar
os sinos em seus corações?
Qual será o instrumento
que tocará
melodias em seus sonhos?
-
Saberão
da história do Menino Deus,
tão pobre e tão desprotegido
quanto elas,
que nasceu em Belém
para nos salvar?
*
JOSEFINA DE CAMPOS FRAGA
"Refletindo"
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ELIEZER BENEVIDES
Nasceu a 05 de fevereiro de 1892, signo de aquário,
na cidade de Joazeiro, estado da Bahia, Brasil.
Na Faculdade de Direito de Salvador,
doutorou-se em Ciências Jurídicas e Sociais.
Participou, em vários jornais e revistas. . .
*
CANTOePALAVRAS
Lenha Verde, 1966. . .

I
Choveu. O dia amanhece. . .
tem algo de romance. . .
O céu, de manhã, parece
pintado todo de fresco.
-
As ramadas da floresta
em regozijos transbordam,
e os passarinhos, em festa
em clarinadas acordam.
-
ELIEZER BENEVIDES
"Manhã"

II
Quando a chuva molha a terra
e de gotas arabescas
o chão, pelos ares erra
um cheiro de terra fresca.
-
Agora, a alegria! Vede. . .
da floresta à catanduva,
a terra matou a sede
nas gotas d'água da chuva.
-
ELIEZER BENEVIDES
"Terra Fresca"

III
As roças o Sol sucumbe-as
na mornidão do mormaço. . .
e o ventre das nuvens plúmbeas
gera o raio, a cada passo.
-
Vem, depois, a trovoada
da matriz das nuvens grossas,
qual se fosse clarinada
cantando dentro das roças.

ELIEZER BENEVIDES
"O Verde"
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JOSÉ NÊUMANNE
José Nêumanne Pinto
Nasceu 18 de maio de 1951, signo de touro,
Viraúna, Estado da Paraíba, Brasil.
Jornalista, radialista . . .
Homenagens: Premio "Esso", 1975;
Premio "Imprensa", 1975; Cidadão Paulistano, 2010 . . .
*
CANTOePALAVRAS
As Tábuas do Sol, 1986; Barcelona,
Borborema, 1992; A Républica da Lama, 1992;
Solos do Silêncio, 1996. . . .
*
I
Esta língua é minha semente,
machado de mulato do morro,
Pátria de poeta lisboeta.
-
Esta língua é minha visão,
o sol do soldado caolho,
a mão do soldado maneta.
-
Esta língua é minha música,
na palavra do padre pregador,
no pássaro do padre voador.
-
Esta língua é minha mulher
tem cuidados de mãe
no leito da amante.
-
Esta língua é minha rosa,
tem perfume dos sertões gerais,
tem sabor de vinhos do Porto.
-
Esta língua é meu cavalo
para subir cidades e serras,
que a brisa do Brasil beija e balança.
-
Esta língua é fel com mel,
cantigas a palo seco
de ninar o futuro.
-
Esta língua é meu coração
na tortura, na paixão
e no sal amargo da purificação.
-
Esta língua é joia africana,
ela caça a onça caetana,
ela cruza a légua tirana.
-
esta língua é fruto de meu ventre,
mata sede de amizade,
me arma nos bons combates.
-
Esta língua não é de viver,
língua de navegar e de lamber
e de dançar o tango argentino.
-
Esta língua é meu berço,
esta língua me conhece,
esta língua é meu caixão.
*
JOSÉ NÊUMANNE
"A Seara de Saramago"
Solos do Silêncio
*
II
Nada como uma sinfonia de Beethoven,
um lápis, um papel, um copo, uma tarde.
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Beije nos lábios o sonho
e deixe-o passar assim dormente.
-
Sopre no ouvido o espanto
e deixe-o viver assim dolente.
*
JOSÉ NÊUMANNE
"Vamos Beber a Tarde"
Solos do Silêncio
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