domingo, 17 de janeiro de 2010

« . . . a imagem, imaginária de um poeta . . . »


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. . . CANTOePALAVRAS . . .
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"Arte", LuisD.
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"Não Sejas o de Hoje"
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Não sejas o de hoje
Não suspires por ontens . . .
Não queiras ser o de amanhã.
Faz-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim sempre.
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade . . .
É a eternidade
És tu.
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CECÍLIA MEIRELES
"Canticos"
(Mais Poemas . . . "Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Lingua Portuguesa", pág. 075).
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▬ Reflexão de Poeta, Pensador ▬
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Vivem os estetas dogmatizando:
Poesia é isto, poesia é aquilo.
Quando na verdade poesia, não é isto nem aquilo.
A Poesia não existe.
O que existe é o Poeta.
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Dante Milano
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"Arte", LuisD.
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"Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades"

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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança,
Todo o mundo é composto de mudança
tomando sempre novas qualidades.
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Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as máguas na lembrança,
E do bem, se algum houve as saudades.
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O tempo cobre o chão de verde mato,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em chôro o doce canto
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda com soía.
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LUIS VAZ DE CAMÕES
"Soneto"
(Mais Poemas . . . "Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Lingua Portuguesa", pág. 15).

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▬ Reflexão de Poeta, Pensador. ▬
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Nenhum povo é grande por ter apenas fatos a cantar.
Mas pelas liberdades que souber viver,
e pelo amor que tiver para dar.
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Fernando Sylvan
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"Arte", LuisD.

"O Poeta e a Poesia"

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Não é o poeta que cria a poesia
E sim, a Poesia que condiciona o poeta.
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Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artíficie da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso.
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Poeta, não somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia,
se extasia sensível ao achado
de uma rima, à autenticidade de um verso.
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Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,
procurando no jogo das palavras,
no imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável.
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O autêntico sabe que jamais
chegará ao prémio Nobel.
O medíocre se acredita sempre perto dele.
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Alguns vêm a mim.
Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.
Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro . . .
Tão pobre ainda sua bagagem cultural,
tão restrito seu vocabulário,
enxugando lágrimas que não chorou,
dores que não sentiu,
sofrimentos imaginários que não experimentou.
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Falam exaltados de fome e saudades, tão desgastadas
de tantos já passados.
Primário nos rudimentos de sua escrita
e aquela pressa moça de subir.
Alcançar estatura de poeta, publicar um livro.
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Oriento para a leitura, reescrever,
processar seus dados concretos.
Não fechar o caminho, não negar possibilidades.
É a linguagem deles, seus sonhos.
A escola não os ajudou, inculpados, eles.
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Todos nós temos a dupla personalidade
O Id e o Ego.
Um representa a sua vida física, material completa.
Pode ser brilhante, enriquecida de valores que ajudam a ser feliz,
pode ser angustiada e vacilante, incerta, insatisfeita.
Mesmo possuindo o que deseja, nada satisfazendo.
O Id representa sua vida interior paralela, ambivalente,
exercendo seu comando em descargas nervosas,
no eterno conflito entre a razão e o impulso incontrolado.
Pode ser trival e dependente, podemos fazê-la rica e cheia de nobreza,
nos valendo da força imensurável do pensamento positivo
emanada da vida interior que é nosso mundo,
invisível a todos, sensível ao nosso ego.
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Há sempre uma hora maldita na vida de um homem.
Pode levá-lo ao crime e às paredes sombrias de uma cela escura.
Um curto circuito nas baterias carregadas,
uma descarga nas linhas de transmissão potencial.
Daí, fatos aberrantes que surpreendem.
Conclusões demolidoras de um passado brilhante.
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CORA CORALINA
Livro "Vintém de Cobre"
(Mais Poemas . . . "Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Lingua Portuguesa", pág. 161)
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▬ Reflexão de Poeta, Pensador ▬
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. . . ouvimos, calamos e fazemos de conta
que calados, obedecemos . . .
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Mia Couto




quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aos cidadãos comuns, aos anônimos,
aos esquecidos, que não estão na história, que glorificaram e enaltecem
a Pátria, a Lingua Portuguêsa, sem
preocupar-se com insignias e
panegírios . . .
Eis minha homenagem.
Luis Dias