segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Arte",LuisD.

. . . a imagem, imaginária de um poeta . . .

"Arte", LuisD.


A Árvore e o Homem

*

. . . E Deus me disse: Nascerás primeiro,
serás o ar, o teto, o alimento
daquele que - meu filho verdadeiro -
receberá de ti todo o sustento!
-
E tu vieste e que contentamento
em te ofertar, pelo planeta inteiro,
calor, pão, vinho, teto e desse alento
de que és, para viver, prisioneiro!
-
Porém trocaste a vida natural,
que me ligava a ti, pelo veneno
da vida poluída artificial . . .
-
E hoje . . . destruidos, os meus restos somem
por toda a Terra . . . e meu adeus te aceno.
Mas . . . que será de ti, sem mim, pobre Homem . . .?
*
ADÉLIA VICTÓRIA FERREIRA
"A Árvore e o Homem"
Poesias do Sol
A Árvore da Serra
*
- As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecinho . . .
É preciso cortá-la, pois meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
-
- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!!
Deus pôs almas nos cedros . . . no junquilho . . .
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! . . .
-
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva"
E quando a árvore, olhando a pátria serra!
-
Caindo aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
*
AUGUSTO DOS ANJOS
"A Árvore da Serra"
▬ Reflexão de um Poeta ▬
*
Se vivo, sei que não sonho
Se sonho, sei então que vivo . . .
*
Mário da Silva Brito
▬ Aniversários Importantes ▬
*
António Sardinha, 09 de setembro de 1888.
Ferreira Gullar, 19 de setembro de 1930.
Bocage, 15 de setembro de 1765.
Guerra Junqueira, 17 de setembro de 1850.
Plinio Marques, 29 de setembro de 1935.

. . . a imagem, imaginária de um poeta . . .

"Arte", LuisD.
*
"Ida e Volta em Portugal"
*
Olival de prata,
Veludosos pinhos,
clara madrugada,
dourados caminhos,
lembrai-vos da graça
com que os meus vizinhos,
numa cavalgada,
com frutas e vinhos,
lenços de escarlata,
cestas e burrinhos,
foram pela estrada,
assustando os moinhos
com suas risadas,
pondo em fuga cabras,
ventos passarinhos . . .
-
Aí, como cantavam!
Aí, como riam!
-
Seus corpos - roseiras.
Seus corpos - diamantes.
-
Ora vamos ao campo colher amoras
e amores
A amar, amadores amantes!
-
Olival de prata,
Veludosos pinhos,
pura vésper, clara
silentes caminhos,
lembrai-vos da pausa
com que os meus vizinhos
vieram pela estrada.
Morria nos moinhos
o giro das asas.
Ventos, passarinbhos,
árvores e cabras,
tudo estacionava,
As flores faltavam
sobravam espinhos.
-
Aí, como choram!
Aí como gemiam!
-
Seus corpos - granito.
Seus olhos - cisternas.
-
Este é o campo sem fim de onde não retornam
ternuras!
Entornai-vos, ondas eternas!
*
CECÍLIA MEIRELES
"Ida e Volta em Portugal"
(Mais Poemas . . . "Os Eternos Momentos de Poetas e Pensadores
da Lingua Portuguesa", pág. 075).
- Reflexão de Poeta , Pensador -
*
Saudade do que fui, do que não sou, do que hei-de ser . . .
*
Joaquim Paço d'Arcos
- Aniversários Importantes -
*
Zeca Afonso(José Afonso), 02 de agosto de 1929.
Miguel Torga, 12 de Agosto de 1907.
António Nobre, 16 de agosto de 1867.
Décio Pignatari, 20 de agosto de 1927.